Gran Chaco perdeu 15,1% de vegetação natural em menos de 40 anos, reportou MapBiomas

Segundo as notícias que foram publicadas no início de setembro pelo portal do Projeto de Mapeamento Anual do Uso e Cobertura da Terra no Brasil (MapBiomas Brasil), o Chaco — ou Gran Chaco, como também é chamado — perdeu 15,1% de vegetação natural em cerca de quatro décadas: entre 1985 e 2023. Este é o segundo maior bioma da América do Sul, estendendo-se pela Argentina, Bolívia e Paraguai. 

“Os dados revelam que, embora 78,7% do Gran Chaco ainda esteja coberto por vegetação natural, foi observada uma perda de 18% da vegetação lenhosa natural (árvores e arbustos) no período (entre 1985 e 2023). Isso equivale a 15,1 milhões de hectares”, reportou o MapBiomas. Além disso, “nos últimos 39 anos, a vegetação lenhosa natural diminuiu de 84,3 milhões de hectares para 69,2 milhões de hectares”, acrescentou a entidade. 

O MapBiomas também acentuou que somente 9% do Gran Chaco estão em áreas protegidas, com 88% coberto por vegetação lenhosa natural. “Enquanto a área de agricultura em áreas protegidas aumentou em 72,8 mil hectares — um crescimento de 450% em relação a 1985 — foi registrada uma perda de 87,1 mil hectares de superfície de água (26%) entre 1985 e 2023 nestas áreas”, escreveu a reportagem

“O Gran Chaco é a segunda maior formação florestal da América do Sul, depois da Amazônia, e enfrenta sérias pressões pela expansão agropecuária e degradação ambiental”, acentuou o coordenador nacional do Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (INTA) e integrante da equipe do Projeto de Mapeamento Anual da Cobertura e Uso da Terra do Gran Chaco Americano (MapBiomas Chaco) na Argentina, José Volante. 

 Os dados reportados pelo portal do MapBiomas Brasil são da nova coleção de mapas anuais de uso e cobertura da terra feita pelo MapBiomas Chaco, que foi lançada no dia 3 de setembro. 

Sobre o MapBiomas Chaco 

O MapBiomas Chaco começou em fevereiro de 2017 como uma continuação do projeto MapBiomas Brasil, e envolve uma rede colaborativa de especialistas da Argentina, Bolívia, Brasil e Paraguai.