Argentina reduz juros de credores da iniciativa privada e adia pagamento ao FMI

A Argentina apresentou no dia 17 de abril deste ano uma oferta de reestruturação da dívida que o país tem com os credores da iniciativa privada. A proposta divulgada em notícias no dia anterior tem como objetivo reduzir em até 62% os juros praticados nos títulos negociados no país e em até 5,4% sobre o capital destinado às empresas. O anúncio das medidas foi feito por Martín Guzmán, atual ministro da Economia da Argentina.

“Buscamos entender o que os credores preferem e concluímos que a redução de juros é mais importante do que mexer no capital das empresas”, explica Guzmán. A proposta deverá reduzir juros de empresas dentro do país que resultará em um corte de US$ 37,9 bilhões, e se o corte fosse feito no capital, o valor seria de US$ 3,6 bilhões, compara o ministro. A Argentina também anunciou que pretende manter um período de carência de três anos para que nenhum desembolso seja feito até o ano de 2023.

O país vem procurando renegociar os US$ 68,84 bilhões do que deve aos credores privados sob a jurisdição internacional junto à operação. O país está devendo US$ 44 bilhões ao FMI (Fundo Monetário Internacional), e vem trabalhando em um novo programa para restituir grande parte deste valor em débito ao longo dos próximos anos.

“Continuaremos trabalhando em parceria com o FMI para honrarmos a dívida que temos com o Fundo. Com a instituição de um programa acordado entre a Argentina e o Fundo, o país não precisará desembolsar pagamentos destinados a essa dívida nos próximos três anos”, explica Guzmán. Segundo Alberto Fernández, atual presidente do país, a Argentina deseja pagar a dívida com o FMI o quanto antes, mas optou em preservar as necessidades do país durante o período de pandemia.

A Argentina enfrenta uma forte recessão já há dois anos e as previsões realizadas pelo FMI é que o país passe por uma recessão ainda maior este ano. De acordo com o Fundo, a expectativa de queda no PIB da Argentina em 2020 é de 5,7% na melhor das hipóteses.