No dia 1º de abril de 2020 o dólar abriu o pregão em alta e operou na casa dos R$ 5,24 seguindo um acumulado de 30% nos primeiros três meses deste ano. O momento é de crise nos mercados externos, que segue abalado pela pandemia do covid-19 e já justifica recessão na economia global este ano. Na abertura do pregão do dia 1º de abril às 9h05, o dólar abriu em alta de 0,96% frente ao real e manteve-se em forte alta ao decorrer do dia. No dia 31 de março, um dia anterior, o dólar encerrou o pregão em R$ 5,19, e estava com alta cumulada de 16% este ano.
O BC (Banco Central) divulgou notícias sobre a venda de swap cambial que irá vencer em maio de 2020, com o montante de US$ 4,9 bilhões em ofertas. Desta forma, o banco irá realizar leilões de swap diariamente da forma tradicional, como era realizado antes da pandemia.
De acordo com especialistas da Reuters, as estimativas claras de recessão econômica global estão minando quaisquer chances de alívio assim que a pandemia for contida. O mercado de câmbio tem oscilado bastante ao longo dos últimos dois meses e os investidores ao redor do mundo ficam sem opções de ativos confiáveis para investimentos de médio e longo prazo. A pandemia fez com que a alta do dólar frente ao real, além de outros fatores internos, provocasse um efeito cascata nos principais ativos negociados no Brasil.
“O real pode se fortalecer frente à qualquer outra moeda quando a economia do país cresce. Com o cenário econômico brasileiro desacreditado com a pandemia, dificilmente podemos prever crescimento econômico e uma reação do real diante dessa alta desenfreada do dólar”, explica o estrategista-chefe da Avenue Securite, William Castro. “Com uma economia mais vibrante, os investidores se sentem atraídos a investir, algo que tende a ampliar a oferta de dólar no país e fazer com que o preço da moeda seja menor diante do real. Porém, as expectativas são de retração de 0,48% do PIB do Brasil este ano, diferente da baixa expectativa de crescimento de 1,48% lançada no começo da pandemia”, explica Castro.