A professora de Ciências da Conservação da Universidade de Exeter, Kimberly Hockings, e o professor de Psicologia Evolutiva da Universidade de Oxford, Robin Dunbar, editaram o livro “Alcohol and Humans: A Long and Social Affair”, onde aponta que a capacidade de nossos ancestrais símios de processar quantias moderadas de álcool pode ter dado a eles uma vantagem na luta pela sobrevivência.
Logo, Hockings acredita que há 10 milhões de anos, nossos ancestrais dos macacos africanos estavam a comer frutas caídas no chão da floresta, após passarem por um processo de fermentação e terem se tornado alcoólicas. Na época, as populações de símios estavam passando por uma grande crise, devido à competição com espécies de macacos aptos a comerem frutas não madura.
À vista disso, houve o surgimento de uma vantagem calórica que permitiu aos nossos ancestrais a sobrevivência por períodos desafiadores, dando assim continuidade ao longo da história da humanidade, uma vez que o álcool, muitas vezes mais seguro que a água potável em diversos lugares, tornou-se fortemente associado à evolução de nossa espécie.
E os benefícios do consumo de álcool para nossos antepassados e que permanecem até os dias atuais são relevantes. Além do aspecto calórico, existem evidências de que o álcool oferecem alguns benefícios à saúde quando consumido com moderação, bem como sua importância no que diz respeito ao aspecto social, permitindo a construção e manutenção de amizades e convívio social. Isso porque macacos e humanos são criaturas extremamente sociais, sendo o álcool capaz de lubrificar a arte das comunidades sociais em nossos ancestrais.
Por fim, os autores destacam que o consumo excessivo de álcool por humanos modernos (capaz de desencadear doenças, como o próprio alcoolismo) pode ser visto conceitualmente como uma doença de excesso nutricional. Apesar deste consumo excessivo ser classificado por Hockings como um perigo, a professora acredita que a relação da humanidade com o álcool é multifacetada. Dessa forma, o álcool não deve ser visto apenas como um “problema social” ou como meio de se embriagar, mas sim como importante fator no tecido social e cultural da sociedade.
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